quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Clássicos Brasileiros: Fiat 147 - Parte 4

[CONTINUAÇÃO] Já o câmbio... ah, o câmbio... Era o maior inconveniente do 147. Tinha engates difíceis, especialmente de segunda para terceira, ou na marcha à ré.

Em alguns casos, tirar o grosso tapete de borracha resolvia a questão - já que assim se podia chegar ao fim do curso do pedal de embreagem. De toda forma, isso era ruim para a imagem do Fiat ante os brasileiros acostumados à transmissão perfeita dos Volkswagen. O confronto com tanta modernidade teve reações. Muita gente estranhou o tal "motor atravessado" - e, imagine só, o estepe ainda ficava ali ao lado, no mesmo compartimento! Além do preconceito contra o novo, havia problemas reais, como a correia dentada que arrebentava, imobilizando o carro e danificando válvulas e cabeçote. Veio uma imagem de automóvel frágil.
Fiat 147 Rallye.
Apesar do projeto recente, o 147 fazia menos sucesso do que seus concorrentes. Ao longo de 1977, o primeiro ano completo de produção, foram vendidos 64.297 Fiat, contra 67.431 Chevette, 151.986 Brasília e 161.004 Fusca. A marca italiana não desanimou. Pelo contrário: persistiu lançando versões e modelos produzidos exclusivamente na fábrica de Betim. Ainda em 1977, nasceu o 147 Rallye, com cilindrada aumentada para 1,3 litro e potência de 61 cv. A excelente estabilidade abriu os olhos dos preparadores, que levaram o modelo para as pistas.
Fiat 147 Pick-up, anos depois rebatizada de "Fiorino".
Em 1978, surgiu uma pequenina picape (batizada inicialmente de 147 Pick-up). Foi a primeira do gênero no Brasil - na década seguinte, a ideia de fazer veículos de carga a partir de carros de passeio seria copiada por todos os fabricantes do país.
Um ano mais e o 147 tornou-se o primeiro carro movido à álcool fabricado em série, apelidado de "Cachacinha". O motor era o mesmo do Rallye, devidamente convertido - tinha bastante potência para os padrões de então (60 cv), mas funcionava muito mal em dias frios. Sem falar que o carburador praticamente se desintegrava em contato com o combustível derivado da cana.

DIA 13/09 - PARTE FINAL DA HISTÓRIA DO FIAT 147

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