Em 2001, um projeto parceido com este "tentou" substituir a Kombi |
Painel bem chamativo, é o destaque da Bulli |
Em 2001, a Volkswagen apresentou o carro-conceito Microbus (repare na foto do link ao lado, a Microbus é bem parceida com a Bulli), uma reinterpretação da clássica Kombi que infelizmente não passou de um mero concpt-car. Exatamente dez anos depois, a marca está disposta a se redimir com a New Bulli, que já desponta como séria candidata a estrela do Salão de Genebra.
O protótipo foi concebido para ser um veículo prático e espaçoso, mas preocupado com a sustentabilidade. Equipada com um motor elétrico que produz 85 kW (kiloWatts), a Bulli conta com assistência de uma bateria de íon com capacidade de armazenamento máxima de 40 kW. Tanta tecnologia se traduz em uma autonomia de 300 km com uma única carga. Segundo a VW, caso seja necessário recarregar, o processo leva menos de uma hora se realizado em postos de recarga especialmente projetados para carros elétricos.
O desempenho da Bulli também não decepciona. A fabricante informa que a van acelera de 0 a 100 km/h em pouco mais de 11 segundos e atinge a velocidade máxima de 140 km/h, limitados eletronicamente. A VW diz que o protótipo pode ser equipado com motores de pouca cilindrada e projetados para serem econômicos.
Quanto ao design, as referências à antiga Kombi estão por todos os lados. A lembrança mais marcante, no entanto, está na dianteira: trata-se do V que divide a pintura do carro em dois tons, que foi atualizado nesta nova versão.
Ainda que a Bulli não tenha alguns elementos clássicos que equipavam as primeiras Kombi, a equipe de Walter de Silva conseguiu projetar um veículo que combina a nostalgia do passado com as tendências do estilo Volks para o futuro. Uma solução criativa encontrada pelos designers é o desenho dos faróis de neblina: arredondados, eles lembram o formato dos faróis de sua ancestral.
De lado, o teto elevado com a parte acima da linha de cintura pintada de branco aproximam a Bulli da antiga Kombi. O mesmo acontece com as rodas de 18 polegadas, cujo desenho foi inspirado nas calotas cromadas da Volkswagen. O ar de veículo utilitário, no entanto, faz parte do passado. A Bulli ganhou status de minivan, principalmente pela ampla área envidraçada, que inclui até janelas de formato retilíneo nas colunas “C”.
A traseira segue o estilo minimalista que caracteriza o design alemão. As clássicas lanternas verticais (que cresceram de tamanho com o passar das gerações) foram trocadas por peças horizontais equipadas com LEDs. Os elementos retangulares, presentes na maioria dos lançamentos da marca, também marcam presença. O toque final é o nada discreto logotipo VW na tampa do porta-malas.
Por dentro, novamente o conceito de “menos é mais” dá as caras. O volante de apenas dois raios e o enorme velocímetro fazem o motorista voltar no tempo, tamanha a semelhança com a Kombi (ou T1, como chamavam os alemães). O banco também é interiço, oferecendo espaço para três ocupantes.
O lado futurista da Bulli aparece no console central, que possui um iPad que faz o papel de tela multifuncional. Além de contar com aplicativos que permitem acesso rápido à Internet e a uma vasta biblioteca de músicas e arquivos digitais, o tablet da Apple exibe funções como os sistemas de Bluetooth e navegação por satélite (GPS). Até os comandos de ventilação e ar-condicionado foram integrados ao iPad. O sistema de som, por sua vez, carrega um nome de respeito: ele foi projetado pela Fender, a fabricante de instrumentos musicais preferida de Jimi Hendrix.
Se você estranhou a falta de itens mais prosaicos, como o conta-giros e a alavanca de câmbio, a própria Volkswagen explica: enquanto o tacômetro é dispensável em automóveis equipados com motor elétrico, a manopla do câmbio foi trocada por um interruptor que liga o motor e seleciona as marchas que fazem o carro andar para frente ou para trás. Outro botão seletor controla o sistema de iluminação externa.
A modularidade é outra característica das minivans presente na Bulli. Os bancos da frente podem ser parcialmente rebatidos, enquanto que o banco traseiro é rebatível. Nesta configuração, a capacidade volumétrica do porta-malas salta para 1.600 l. Mas se a intenção é acomodar pessoas, não há problema: os bancos do veículo podem ser totalmente reclinados, como nas antigas Kombis, que já serviram de moradia sobre rodas para muitas famílias.
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