A tendência dos motores downsizing (de dimensões reduzidas) surgiu comercialmente há cerca de dois anos, embora os seus projetos sejam anteriores a isso. Sua introdução em massa nos veículos coincidiu com a disparada dos preços do petróleo, gerada pela crise financeira internacional. Eles trazem consigo o que há de mais atual em tecnologia, como turbocompressores, injeção direta de combustível (dentro da câmara de combustão), sistema start-stop (que desliga automaticamente o motor quando o carro para e o liga quando o motorista pisa no acelerador), comandos de válvulas variáveis e outros recursos, como transmissões mais eficientes, conforme o modelo. As vantagens dos motores downsizing são o menor custo de produção (e consequentemente um preço final mais acessível para o consumidor), elevada potência, melhor eficiência térmica e melhor rendimento, com baixo consumo de combustível e reduzido nível de emissões. No Brasil, um dos primeiros motores a seguir a idéia do downsizing foi o do Gol 1.0 turbo, no início da década passada. Atualmente um bom exemplo fica por conta do 1.6 turbo de 156 cavalos, desenvolvido pela BMW e Peugeot, hoje presente no crossover 3008. Apesar da baixa cilindrada, o propulsor rende tão bem quanto um 2.0 de 16 válvulas moderno. Seguindo a mesma linha, em 2009, a Fiat apresentou na Europa o motor Multi-Air, que começou a ser fabricado em escala naquele continente no ano passado. O MultiAir da Fiat tem comando variável de válvulas, acionado por sistema eletro-hidráulico, que controla independentemente, em cada cilindro, o momento e tempo de abertura da entrada de ar, por meio de uma central eletrônica. O equipamento está presente nos Alfa Romeo MiTo e Giulietta e também no Fiat Bravo na Europa. Esse sistema, associado ao dispositivo start-stop, é capaz de proporcionar um ganho de 10% na potência e 15% no torque, além de reduzir em 10% o consumo de combustível, em motores aspirado e turbo, de acordo com a Fiat. No ano passado, a Fiat mostrou um motor de 900 cm³ de dois cilindros e 84 cv de potência, desenvolvido com tecnologia similar, batizado de TwinAir. Especula-se que a montadora já estaria adaptando esse sistema aos motores da família E.torQ para adotar em seus modelos fabricados no Brasil. Recentemente, a Ford anunciou o desenvolvimento do motor Ecobooster, que deverá equipar seus futuros modelos globais. Mesmo a Mercedes-Benz, tradicional fabricante de carros de luxo, que utiliza compressores volumétricos mecânicos (tipo rosca sem-fim) e enormes motores V6 e V8, acabou se rendendo em parte ao downsizing. No fim de 2010 e início deste ano, a marca alemã apresentou aqui o Classe C com o pequeno motor CGI 1.8 turbo, que rende 204 cv. Segundo um engenheiro da marca, a montadora aderiu a esse tipo de propulsor, movido com turbina acionada por gases do escapamento em vez compressor mecânico, como alternativa para atender os atuais índices de emissões de poluentes estabelecidos pelas rigorosas normas européias. Enquanto isso, a rival BMW lança a nova geração do Série 1 com motores 1.6 turbo, a gasolina, que rendem entre 136 e 250 cavalos. No mercado europeu também estará disponível o 2.0 turbodiesel, que pode chegar a 184 cv. O câmbio será manual de seis marchas ou automático de oito. Todas as versões terão sistema stop-start e freios regenerativos. Espera-se que a opção mais econômica será capaz de fazer até 23 km/l. Em junho, a Ford apresentou oficialmente seu novo motor 1.0 turbo EcoBoost, de apenas três cilindros, com injeção direta de combustível e duplo comando de válvulas independente e variável (Ti-VCT), o menor propulsor já produzido pela fabricante americana, mais eficiente e menos poluente que os convencionais. Com alto nível de rendimento térmico e baixo atrito entre as partes móveis internas, dimensões compactas e peso reduzido, esse motorzinho funciona em faixa de rotação mais ampla e é equiparável a um motor 1.6 a gasolina, com aspiração natural. A novidade foi exibida no carro conceito Start, de concepção urbano-futurista, no Salão do Automóvel de São Paulo de 2010. A Ford informou que esse novo motor deverá equipar os modelos compactos globais que produzirá nos próximos anos em vários países. Atualmente, o EcoBoost 1.0 está em fase de calibração final.
Fonte: Carsale
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