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| Novo modelo produz 11% mais potência enquanto reduz consumo de combustível |
'Fãs de supercarros italianos sabem que as poderosas máquinas da Lamborghini levam o nome de linhagens de touros bravos espanhóis. Do Miura ao Diablo, esses modelos são conhecidos por seu estilo extravagante e sua potência.
Mas assim como os toureiros mais renomados, quem dirige um desses carros também tem que saber dominar uma fera de natureza volátil.
E é por isso que o Huracán LP 610-4 merece uma chuva de rosas: com uma potência de 610,3 cavalos, a capacidade de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,2 segundos e uma velocidade máxima de 325 km/h, esta Lamborghini é projetada para desfilar tanto nas ruas quanto nas pistas de corrida.
Mas o Huracán nunca ameaça quem o conduz, mesmo quando testado em seus prodigiosos limites.
Como parceira técnica da Lamborghini dentro do império global do grupo Volkswagen, a Audi merece crédito por trazer uma influência domável ao modelo, que começou com seu predecessor, o Gallardo, de motor central.
Com o mesmo chassis, o mesmo sistema de tração nas quatro rodas e o mesmo sistema multimídia do esportivo Audi A8, o Gallardo foi vendido como um super Corolla, com 14.022 exemplares distribuídos na última década. E se esse número parece pequeno, basta lembrar que a Lamborghini vendeu um total de 30 mil carros desde sua inauguração, em 1963 – ou cerca de 600 carros por ano, em média.
"O Gallardo representou uma virada para nós", afirma Stephan Winkelmann, o elegante e sempre impecavelmente vestido CEO da Lamborghini.
Apesar de suas enormes diferenças culturais, essas marcas alemãs e italianas conseguiram manter um casamento estável e feliz. A Lamborghini cedeu o viril motor V10 do Gallardo, levando o Audi R8 5.2 à exclusiva liga dos supercarros.
O Huracán consegue ficar acima do Gallardo em todas as frentes, a começar por um novíssimo V10 que produz 11% mais potência enquanto reduz o consumo de combustível e a emissão de CO2. O novo modelo da Lamborghini é também o primeiro a exibir um chassis que a Audi vai adotar na próxima geração de R8s.
Sua estrutura bem delineada, formada por um conjunto de alumínio com seções de fibra de carbono engenhosamente fixadas, é 10% mais leve e 50% mais rígida que a do Gallardo.
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| Painel digital permite ao motorista escolher os componentes que quer visualizar |
Essa integridade é um dos segredos de um carro que foi projetado para ser "rápido nas pistas, mas fácil nas ruas", segundo Maurizio Reggiani, membro do conselho da Lamborghini R&D. Os princípios matemáticos e aerodinâmicos que influenciaram o design do Huracán também criou 50% mais aderência em comparação com o Gallardo, gerando uma redução de 3% do arrasto.
O Huracán também agrada aos olhos, como exige um modelo cujo preço inicial, na Europa, é de US$ 240.245 (aproximadamente R$ 680 mil).
Assim como o Gallardo, o Huracán ostenta o clássico formato coniforme da Lamborghini, adotado desde os anos 70 com o Countach. Sua silhueta é limpa e elegante, com nenhum daqueles elementos que mais parecem tirados de uma nave espacial de seriado de TV, como a marca fez com os modelos Veneno, Egoista e Sesto Elemento. Ou seja: este é um carro que vai envelhecer bem.
De resto, o Huracán avança na estratégia de seu predecessor em permitir um desempenho acessível, um conforto razoável e uma tecnologia prestativa, uma filosofia que vem sendo cada vez mais adotada, do Corvette Stingray ao McLaren 650S e os novos Porsche.
Test-drive
O novo carro também é dotado de amortecedores magnéticos ajustáveis pelo condutor, com modos "estrada" ou "cidade", entre outros. O motorista pode escolher quais elementos prefere exibir no painel virtual. O belo volante abriga os controles do limpador de para-brisas e de pisca-pisca, além de um interruptor que ajusta uma variedade de parâmetros, como o motor, a suspensão, o controle de estabilidade, a tração e a transmissão.
Apesar de equipado com impressionantes instrumentos de alta tecnologia, o que realmente distingue o Huracán do resto é sua dupla embreagem de sete velocidades, desenvolvida pela Audi e instalada pela primeira vez em uma Lamborghini.
A BBC Autos fez um
test-drive com o carro no circuito de Ascari, no sul da Espanha, e nas estradas da Andaluzia. E é evidente como o Huracán vai bem nos dois ambientes. Na pista de corrida, a tração nas quatro rodas (AWD), os giroscópios e os amortecedores magnéticos entram em ação, fazendo você sentir que esta Lamborghini está fazendo ajustes sutis na divisão de torque, no regulador de pressão e na suspensão – tudo para manter a fera colada ao chão em velocidade máxima.
Nas estradas, além de chamar a atenção de outros veículos, o Huracán continua confortável e maleável, o que é justamente sua intenção. "Queremos cada vez mais que a marca Lamborghini seja sinônimo de dirigibilidade no dia-a-dia, enquanto ainda desafia as habilidades de seu condutor", define Winkelmann."
